Alô Escravos da Mauá, ano que vem tem mais! | Diário do Porto

Alô Escravos da Mauá, ano que vem tem mais!

Um pouquinho da história do Escravos da Mauá, o maior bloco do Porto Maravilha. Este ano não teve desfile, mas a gente faz a homenagem e agradece a alegria

O Escravos da Mauá conta e canta a história do Porto e da Pequena África (Foto DiPo)

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Fantasias em grupo marcam o desfile do Escravos. Foto: Aziz Filho

Este ano não tem Escravos da Mauá. Quer dizer, não teria se esse bloco já não tivesse conquistado um lugar de honra na história do carnaval de rua e do Porto Maravilha. Todo ano é ano do maior bloco da Região Portuária, que começou a agitar as ruas da região em 1993.

A folia começou a ser feita por amigos que trabalhavam no Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Seus sambas cantam a história do bairro, berço dos primeiros Ranchos e do carnaval de rua do Rio de Janeiro. A região também já foi local de moradia, trabalho e encontro de chorões e sambistas cariocas.

O Escravos da Mauá sempre arrasta os foliões mais animados do carnaval Foto: Aziz Filho

Mercado negreiro do Império

O bairro portuário da Saúde, eleito pelo bloco para sediar os seus eventos, já foi o antigo mercado negreiro do Império e guarda as marcas das diversas transformações arquitetônicas pelas quais passou.

Além dos moradores locais e trabalhadores de empresas da região, os ensaios do bloco têm reunido muitos jovens da Zona Sul, além de artistas ligados ao samba de raiz e à música popular.

Ligação com o ‘Morro da Favela’

O nome “Escravos da Mauá” tem origem na rua Camerino, onde ficavam os mercados de escravos nos séculos XVIII e XIX. Mesmo depois da Abolição, os ex-escravos e as colônias de negros baianos que desembarcaram no Rio se fixaram no bairro da Saúde em busca de trabalho no porto e moradia barata.

O Morro da Favela – atual Providência – batizou com seu nome o tipo de moradia popular que hoje se espalha por toda a cidade, em morros ou áreas planas. O bairro chegou a ser conhecido como a Pequena África no Rio de Janeiro e hoje inclui o resgate dessa fase histórica no processo de valorização turística.

(Texto baseado nas informações do site da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Sebastiana).